segunda-feira, 16 de março de 2015

O Que Você Precisa Saber Para Manter A Decoração Da Casa A Salvo Da Bagunça



Um dos maiores desafios da decoração em família é manter a casa em ordem e os artworks a salvo da bagunça. Se você tem filhos – ou irmãos mais novos – sabe exatamente do que estou falando. Algumas dicas simples que funcionaram para mim vão te ajudar a manter tudo arrumadinho e sua decoração harmoniosa. Veja só:

Imagem por D Sharon Pruitt


Seja Exemplo
Crianças são muito mais sensíveis e tendem a responder melhor quando você mostra ao invés de simplesmente falar. Ser exemplar é sempre o primeiro passo. Você tem orgulho da sua casa? Mantém as coisas em ordem? Tem atitudes positivas diante de situações cotidianas com sua família? Se as respostas forem sim então já tem meio caminho andado.

Crianças geralmente começam a fazer as coisas a partir do que veem nos pais. Tudo que você fizer elas encaram como normal e esperado. Faça-as se orgulharem da casa.

Crie Decorações Cooperativas
A família tem que sentir-se parte da casa desde a hora de organizar até no momento de escolher os móveis para sala Quando as crianças percebem que o ambiente é importante para elas mesmas (por exemplo, seus próprios quartos) é mais comum mantê-lo organizado. Geralmente conversamos com nossos parceiros sobre o que vamos ou não mudar na casa mas é importante incluir os filhos no processo.

Não custa muito deixar as crianças reorganizarem os móveis do quarto ou pintarem um pedaço da mesa na hora da reforma. Deixa-las comprarem seus próprios lençóis, ou decorarem caixas para organizarem seus brinquedos também é um bom método.

Defina Objetivos Claros
Na hora de decorar é mais fácil ter em mente o que queremos mas na hora de manter a ordem é mais complicado. Deixe claro o que cada um tem que fazer. Por exemplo, as crianças tem que manter o quarto limpo e o marido o jardim. Crie checklists com cada passo, como: fazer a cama, colocar a roupa suja no cesto, guardar brinquedos na caixa ou livros na estante, varrer o chão, etc.

Defina Locais
Repita isso várias vezes: tudo tem um lugar e há um lugar para tudo. Essa regra ajuda muito a manter as coisas organizadas em casa. Dê caixas para as crianças e coloque prateleiras nos quartos – lembre-se de consultar todos sobre onde as coisas devem ficar.

Jogar coisas quebradas fora e doar as inúteis também ajuda a manter os locais organizados. O ideal é não ter mais coisas do que vocês realmente usam. Quando atingir o máximo de capacidade do espaço, seja clara: se algo novo vier, uma coisa antiga tem que ir embora.

Façam as Tarefas Juntos
Minha mãe dizia: quem quer faz, quem não quer manda. Simplesmente supervisionar o trabalho não é tão eficiente quanto trabalhar junto. Além de unir a família, isso mantém a primeira dica funcionando. Mantenha as expectativas e mostre à família o que deve ser feito. Criar um dia na semana para limpeza e organização também é eficaz.


Texto de autoria de Beatriz Gonzalez, jornalista e blogueira do Decorafino.com.br 


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quinta-feira, 12 de março de 2015

Como acompanhar melhor os estudos do meu filho


Todo pai ou mãe sabe que deve acompanhar os estudos dos filhos, muito embora muitos não o façam.
A grande pergunta que fica, porém, é: Como?
Para ajudá-lo nessa tarefa, decidimos compartilhar com você essa série de palestras proferidas pelo Doutor em Educação João Malheiro.

Nesse primeiro vídeo você saberá qual é o papel da escola enquanto colaboradora desse acompanhamento.


Já no segundo vídeo, você poderá conferir algumas dicas práticas direcionadas para a contribuição dos pais em casa.





Aproveite!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Onde foi parar o amor?





Nos anos 1920, Olinda Miranda, irmã da famosa Carmen Miranda, era apaixonada pelo seu noivo. Um dia descobriu que ele andava namorando outras meninas pela cidade e teve um desgosto tão profundo que adoeceu. Ficou tísica e seus pais a enviaram para Portugal para se tratar num sanatório.


Olinda não melhorou em terras lusitanas. A depressão tomara conta dela e não conseguia esquecer seu noivo. Mas eis que, subitamente, o dito cujo aparece pedindo perdão e uma nova chance. Olinda aceitou, saiu da depressão e começou a melhorar a olhos vistos. Recuperou a alegria de viver. Passados uns meses, novas notícias chegaram aos seus ouvidos: o rapaz era um mulherengo contumaz e era visto novamente ao lado de outras saias. Olinda definhou de vez e morreu de tuberculose pouco tempo depois.


Histórias como essas pululavam em qualquer esquina. Os jornais volta e meia noticiavam que alguém pulou da ponte por que seu amor a abandonara. Morria-se de amor.


Evidentemente que pular da ponte não é o caminho correto, mas há um quê de compreensão, de compaixão, ao perceber que a pessoa amava de veras. Em contraste, comecei a presenciar inúmeras cenas como esta:



Aluno: Professor, queria pedir uma opinião.





Professor: Se puder ajudar...


Aluno: Pintou um intercâmbio interessante na Inglaterra. São seis meses estudando e com tempo para estagiar na própria universidade. Acha que vale a pena?


Professor: E a sua namorada?


Aluno: Ah professor! Ela está em um estágio que toma o tempo todo dela.



Não consegui prosseguir. Silêncio. Perplexidade. Vem-me a cabeça uma série de perguntas: Será que gosta dela? Será que ela gosta dele? Porque namoram? Somos intercambiáveis (há outras opções por aí)? Será que largamos a tuberculose e o suicídio pela indiferença mais pura?


Vejamos outro exemplo. Este é um homem de 55 anos, altamente qualificado, divorciado e pai de uma criança. Durante uma entrevista, ele falou sobre seus vários relacionamentos.

Entrevistador: Por que você sai com mulheres?


Steven: Em parte por conformidade. Eu quero ter uma parceira, mas tem que ser algo temporário, limitado, duas vezes por semana e é isso. Isso é suficiente para mim, eu não preciso de mais nada disso. Relacionamento é um fardo. Tenho toneladas de pessoas com que poderia sair, mas eu não tenho tempo. Porque eu preciso de um relacionamento sério agora?


Entrevistador: Você acha que isso é algo que acontece com as mulheres também?


Steven: Não. Nunca foi simétrico. Elas sempre querem mais. Por que, eu não sei.


Entrevistador: O que querem?


Steven: Mais contato, mais compromisso. Querem compartilhar conta bancária, casa, livros, cama. As mulheres querem mais do que eu posso dar. Sempre que terminei com alguém foi porque não podia oferecer o que me pediam.


Entrevistador: Você acha bom que elas querem mais do que você quer a elas?


Steven: Sim. Dá uma sensação de poder. Quem é mais desejado tem mais poder.


Entrevistador: É isso que você quer? Poder?


Steven: Talvez. Mas eu não sei se é algo consciente ou calculado.


Será que o amor acabou? Mudou? Confesso que não tenho o quebra-cabeça resolvido, mas a leitura de alguns livros apontaram algumas possíveis explicações.


1. As pessoas ditas “modernas”, isto é, vivem no Ocidente, instruídas, com renda, antenadas, esperam intimidade e emoção do parceiro, e, paradoxalmente, um comportamento independente. Em um relacionamento moderno, encontramos dois “eus” altamente individualistas que se unem. Tenho minha carreira, meu projeto, meus gostos. Não se meta com eles. Tenha a civilidade de apenas colaborar quando chamado.

2. A mudança de critério para escolher um parceiro. No passado havia uma série de regras sociais, raciais, religiosas, etc. Um homem escolhia alguém da sua religião ou da sua condição para casar. A modernidade derrubou todas essas barreiras. Vale tudo. O processo de seleção se tornou sexual, emotivo e psicológico, isto é, puramente subjetivo. Atração e simpatia é tudo o que restou. Uma mulher de classe média alta na Inglaterra conta que se casou aos 31 anos e descobriu 18 meses depois que seu marido não queria ter filhos. O que os unia era apenas atração e simpatia: os valores do parceiro e dela nunca entraram no relacionamento.

3. Sem as regras sociais e morais e com a ajuda da pílula, o homem tem agora muitas mulheres para escolher e tem muito tempo antes de se comprometer com alguma. A maximização da liberdade e independência levou-o a evitar o compromisso. Porque o aluno vai perder a oportunidade de viver na Inglaterra se em cada esquina há uma menina o esperando? Porque a aluna vai mudar de estágio, se em cada esquina tem um homem a desejando? O status do homem e da mulher moderna estão na sua experiência profissional e não mais em ter família e filhos. A primeira coisa que se pergunta quando se esbarra com um velho conhecido na rua é onde está trabalhando. Ser desempregado é pior do que ser divorciado.

4. A mentalidade do mercado penetrou nas relações amorosas. Fala-se em conquista, em número de parceiros. E se troca de parceiros como quem troca de automóvel ou de roupa. A escritora Greta Christina relata sua experiência sexual da seguinte forma: "Quando eu comecei a ter relações sexuais com outras pessoas, eu gostava de contabilizar. Eu queria saber com quantos dormira. Era uma fonte de um tipo de orgulho". Ela se comporta como capitalista sexual. Esta estratégia sexual cumulativa tem sido adotada pelas mulheres, mas, culturalmente e historicamente, é uma imitação do comportamento dos homens.

5. No século XIX a mulher atraente era a mulher bonita, não devido ao apelo sexual, mas aos atributos físicos e espirituais. A indústria de cosméticos no início do século XX transformou a beleza da mulher em sensualidade com o fim de vender seus produtos. A cultura do consumo se mostrou imensamente bem sucedida na tarefa de dispensar as normas e proibições sexuais tradicionais e na sexualização dos corpos porque contou com a autoridade e legitimidade de especialistas que vieram das fileiras da psicanálise e da psicologia. Uma vasta indústria de psicólogos alegou que uma boa vida sexual era crucial para o bem-estar do indivíduo. A sexualidade veio para ficar no centro do projeto de uma vida feliz e saudável. Esta mensagem da psicologia tornou-se particularmente amplificada com a revolução cultural e sexual a partir dos anos 1960 em diante. Ora o campo sexual suplantou o campo romântico. Romance tornou-se algo cafona e ridículo para os jovens. Foram educados para não dar o coração. A frieza e a distância que constato nos alunos vêm dessa deseducação para amar. A pessoa torna-se menos vulnerável às decepções de um relacionamento, mas também não consegue conectar, criar laços e sentir a plenitude da vida.

6. Antes o amor era algo sagrado, mágico, incomensurável, abarcando toda a vida. O modelo moderno exigiu que o amor se alinhe ao bem-estar e a felicidade, isto é, rejeitou o sofrimento. Esse modelo coloca o auto-interesse no centro. A experiência emocional do amor contém cada vez mais um projeto utilitarista, onde se deve garantir o máximo de prazer e bem-estar. Se surge o sofrimento, entende-se que houve um erro, uma avaliação equivocada da compatibilidade de duas pessoas.
7. Se a paixão parece um tanto ridícula para a maioria dos homens e das mulheres, o amor de muitas formas é mais crucial do que nunca. Não para amar alguém, mas para sentir que é amado. O amor tornou-se uma muleta para a autoestima. Se algo falha, se há dor, vamos ao psicólogo, ao site pedir consulta, vamos afagar um gatinho no colo, vamos a primeira pessoa que nos der consolo.