quarta-feira, 15 de abril de 2015

Famílias numerosas em meio à “tolerante” sociedade moderna

Em minha experiência como mãe de nove filhos, encontrei mais condenações que aceitações e mais questões que entendimento.

Talvez isso ocorra porque não me encaixo no estereótipo de mãe de uma grande família. Sou pequenina, pareço mais nova do que realmente sou e durante toda a minha vida as pessoas me apelidaram “fofa”.

Então, a primeira reação das pessoas comigo é espanto; seguida de confusão ao me verem feliz.






Agora sou uma super feliz, fofa e pequenina mãe de nove simples e assustadoras pessoas. Eu quebro todo o preconceito.

A típica imagem de mãe de muitos filhos é de uma mulher grande, experiente, robusta, desagradável que eficientemente comanda suas jovens e elétricas crianças com pouco tempo para proteger ou amar tais pobres e carentes filhos.
         
Pais de duas crianças não podem entender como a mãe de uma grande família lida com todo o trabalho necessário para manter limpa e arrumada a casa, enquanto ainda tem tempo o suficiente para amar cada um de seus filhos. No entanto, é mais fácil viver rodeada de filhos que ter apenas poucos. Em uma grande família, o filho de 7 anos lerá repetidamente o mesmo livro para a filha pequena que ama um livro em particular. O filho de 10 anos se sente importante quando ele consegue ajudar seu irmão de 6 anos com suas dificuldades de leitura. A jovem adolescente irá ficar feliz em conseguir colocar um pequeno e dependente bebê para dormir.

Para mim, a família começou com três porque somente então criou-se uma comunidade. Uma comunidade trabalha e brinca junto e, para crianças pequenas, trabalhar é tão divertido quanto brincar. Incluí todo mundo nas rotinas diárias de casa e fiz da rotina uma diversão. Certa vez, a educadora experiente de um Colégio Montessori (ensino para crianças através de atividades e jogos) me disse que a política em minha casa era bem parecida com a do colégio. Que incrível confirmação isso foi para mim! Minhas crianças não se tornaram carentes porque eu não pude sentar e brincar com eles de acordo com o senso tradicional. Ao invés disso, eles recebiam uma boa experiência educacional simplesmente porque eu os integrava no dia-a-dia da casa.

Nunca era cedo demais para dar a uma de minhas crianças o trabalho de pegar os brinquedos que seu irmão mais novo havia deixado cair da cadeirinha em que estava. O segredo estava em delegar a cada um uma função de acordo com seus talentos, mas nunca obrigá-los a fazer algo que não gostassem como se estivessem no exército. Eles cortaram lenha, ajudaram a consertar o carro, apararam o jardim e tomaram conta dos animais. Se adolescentes são ainda tratados como crianças ou são muito favorecidos, eles deixam de buscar um objetivo e se tornam rebeldes. Quando os pais apreciam as contribuições de seus filhos, a confiança deles floresce e amadurece.
         
Empregadores amam minhas crianças porque elas sabem como trabalhar e não têm nada por garantido. Muitos têm dito,“Vou dar emprego a qualquer um que tenha Juneau por sobrenome.”

Famílias numerosas fortalecem a base da nossa sociedade. Elas vivem vidas de grande interconectividade. Se você não tem muito dinheiro,  não está sozinho. Você aprende  a compartilhar suas habilidades e coisas com os outros. Quando minhas crianças vão para alguma graduação ou universidade, se adaptam muito bem a dormitórios e casas coletivos. Imagine então, eles já sabem dividir um banheiro para várias pessoas! Eles sabem como lidar com personalidades difíceis, como dar e como receber. Para iniciantes, eles também sabem cozinhar e depois limpar o que sujaram.

Francamente, grandes famílias beneficiam a sociedade. Então abra sua mente e o seu coração na próxima vez que vir ou ouvir algo do tipo. A condenação é realmente difícil de lidar e totalmente injusta em uma sociedade que ama dizer ter a cabeça aberta e ser tolerante. 





Originalmente postado no blog Mother of Nine9 Traduzido e adapatado por Maurício Júnior. 


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