sábado, 26 de dezembro de 2015

Autoridade Positiva

Ter autoridade, não autoritarismo, é básico para a educação de nossos filhos. Devemos dar-lhes limites e objetivos claros que lhes permitam diferenciar o certo do errado. Contudo, um dos erros mais freqüentes dos pais é exceder na tolerância. Muitas vezes é por aí que começam os problemas… Assim é preciso chegar a um equilíbrio. Como consegui-lo?





Atuações paternas e maternas, às vezes cheias de boa intenção, podem minar a própria autoridade…

Em educação, é bom lembrar sempre, o que deixa marcas na criança não é o que se faz alguma vez, e sim o que se faz continuamente. O importante é que, após refletir, os pais considerem, em cada caso, as atuações que podem ser mais negativas para a educação de seus filhos, e procurem mudá-las.

Quais são os erros mais freqüentes que os pais cometem quando interagem com seus filhos?

Abaixo relacionamos alguns dos principais erros que, com mais freqüência, debilitam e diminuem a autoridade dos pais.

A permissividade. A criança, quando nasce, não tem consciência do que é bom nem do que é mau. Não sabe, por exemplo, se pode ou não rabiscar nas paredes. São os adultos que têm que lhes dizer o que está bem e o que está mal. As crianças necessitam de limites para crescerem seguras e felizes.

Ceder depois de dizer não. A primeira regra de ouro a respeitar é a do não. Nunca se deve negociar o não. Embora esse seja um erro freqüente e que traz muitos danos. Por isso pense bem antes de dizer não a seu filho, porque não deve voltar atrás. Por outro lado, o sim pode ser negociado. Por exemplo: ao deixar ver TV você pode negociar o programa e o tempo.

O autoritarismo. É o extremo oposto da permissividade. Revela-se no querer que o filho faça tudo o que o pai quer, anulando muitas vezes sua personalidade. O autoritarismo só persegue a obediência pela obediência, não busca desenvolver uma pessoa equilibrada e com capacidade de autodomínio, e sim uma pessoa submissa, que faça tudo o que o adulto diz. É tão negativo para a educação quanto a permissividade.

Falta de coerência. Já foi dito que os filhos devem ter referências e limites estáveis. As reações dos pais devem ser sempre dentro de uma mesma linha ante os mesmos fatos. É fundamental a coerência de atitudes entre o pai e a mãe.

Gritar. Perder a calma. Às vezes é difícil não perdê-la. Perder a calma supõe algumas vezes um abuso da força. Quando os gritos não dão resultado, a ira do adulto pode passar facilmente ao insulto e à humilhação, podendo causar na criança uma perda de auto estima.

Não cumprir as promessas e as ameaças. A criança aprende muito rápido que quanto mais um pai / mãe promete ou ameaça menos cumpre o que diz. Cada promessa ou ameaça não   cumprida     é         uma     “parte” da autoridade que fica pelo caminho. As promessas e ameaças devem ser realistas, ou seja, possíveis de aplicar. Por exemplo: um dia sem TV ou sem sair, é possível. Um mês é pouco provável.

Não escutar. Muitos pais queixam-se de que seus filhos não os escutam. Contudo, muitas vezes são eles que não costumam escutar seus filhos. Julgam, avaliam e dizem o que devem fazer, mas escutar…

Querer resultados imediatos. Com freqüência, os pais têm pouca paciência com seus filhos. Gostariam que fossem os melhores… Já! É importante ter sempre claro que tudo requer um período de aprendizagem, e este carrega consigo seus correspondentes erros.

Uma vez que sabemos o que devemos evitar, sugerimos algumas “dicas” de atuações concretas e positivas que ajudam a ter prestígio e autoridade com os filhos:

Ter objetivos claros do que pretendemos quando educamos. Estes objetivos devem ser poucos, concretos e compartilhados pelo casal, de tal maneira que os dois se sintam comprometidos com o fim que perseguem. Requer tempo de conversa, inclusive, às vezes, papel e lápis para que fiquem claros e não sejam esquecidos. Além disso, devem ser revisados de tempos em tempos para que não fiquem defasados pela idade do filho ou circunstâncias familiares.

Ensinar com clareza coisas concretas. Não adianta dizer “seja bom”, “seja comportado”, “tenha ordem” ou “coma bem”. Estas instruções gerais não dizem nada. É preciso dar, com carinho, instruções claras e concretas para que a criança saiba o que se espera que ela faça.

Tempo para aprender. Ensinar a fazer, acompanhar e incentivar durante o processo de aprendizagem.

Valorizar sempre as tentativas e esforços por melhorar, ressaltando o que a criança fez bem e não dando tanta importância ao que fez mal.

Dar exemplo para ter força moral e prestígio. Só com a coerência entre palavras e atos conseguiremos motivar os filhos.

Confiar. A confiança é uma palavra chave. A autoridade positiva supõe que a criança confie em seus pais. Só é possível que isso ocorra se o pai dá exemplo de confiança no filho.

Atuar e “fugir” dos discursos. Uma vez que a criança já sabe o que deve fazer e não o faz, é contraproducente investir o tempo em discursos para convencê-la. Atue em conseqüência. Os sermões têm um valor de efetividade igual a zero.

Reconhecer os próprios erros. Ninguém é perfeito, nem os pais. O reconhecimento de um erro por parte dos pais dá segurança e tranqüilidade ao filho, anima-o a tomar decisões ainda que possa equivocar-se. Os erros não são fracassos, senão equívocos que nos indicam o que devemos evitar. Os erros educam, quando há espírito de superação na família.

Todas estas recomendações podem ser muito úteis, totalmente ineficazes ou até mesmo negativas. Tudo depende de dois fatores, importantes em qualquer atuação humana e que na relação com os filhos são absolutamente imprescindíveis: amor e bom senso.

Educar é amar. O amor faz com que as técnicas não convertam as relações em algo frio, rígido e inflexível e, portanto superficial e sem valor a longo prazo. O amor supõe tomar decisões que às vezes são dolorosas, a curto prazo, para os pais e para os filhos, mas que depois serão valorizadas e proporcionarão um bem estar interior.

Texo adaptado por IBF - Instituto Brasileiro da Família
Autor: Prof. Pablo Pascual Sorribas
Mestre, licenciado em História e Logopedia


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