Com tanta
propaganda contraceptiva, a mentalidade corrente passou a ser a de que gravidez
se pega no ar que nem resfriado. Não é bem assim. Sabiam que as chances de um
casal saudável engravidar são de apenas 20% a cada mês? Pois é.
No início
do casamento eu fiquei muito ansiosa e me perguntava quando conseguiria
engravidar. Tenho a Síndrome dos Ovários Policísticos e, embora isso não
necessariamente impeça a mulher de gravidar, às vezes dificulta o processo.
Minha mãe também tinha e eu demorei dez(sim, dez) anos para nascer! Eu também
tenho três irmãos no céu que não nasceram.
Com esse
histórico familiar acrescido ao fato de que os meses passavam e eu não
engravidava, fiquei ainda mais ansiosa. Como tenho ciclos bem irregulares,
vivia fazendo testes de farmácia e nada. Cheguei até mesmo a ficar 3 meses sem
menstruar e me enchi de esperança, mas deu negativo.
Resolvi
procurar um médico para tentar iniciar um tratamento. Ele pediu uma
ultrassonografia transvaginal, mas não consegui fazer na data marcada e só pude
remarcar para dali a um tempo. Da segunda vez que marquei resolvi fazer um
teste de gravidez na véspera, só por desencargo de consciência.
É que eu
pensava que essa ultrassonografia não poderia ser feita em grávidas. Minha
menstruação estava um pouco atrasada(até aí nada de novo,) e não quis arriscar
fazer uma ultra que pudesse trazer problemas caso eu estivesse mesmo.
Já estava
bem acostumada aos negativos. Tenho uma amiga que disse que, quando ela
descobriu que estava grávida, logo apareceu a segunda linhazinha no teste, mal
ela tinha inserido a tira na urina. Eu sempre esperei os minutos que o teste
sugere, mas sem muita esperança. Era dia 15 de julho.
Coloquei
meu teste em ação e fui lavar a louça, pentear o cabelo, enfim, qualquer coisa
que eu precisasse fazer só para dar o tempo necessário e poder jogar fora.
Surpresa! Quando fui pegar o bendito para colocar no lixo eu a vi. Fraquinha,
fraquinha, mas minha segunda linha tão esperada estava lá.
Fiquei
chocada. Eu não estava mais tão ansiosa e já tinha aceitado que teria de
esperar quando, de repente..., isso! Resolvi que faria um exame de sangue
naquele dia mesmo para ver se era verdade e poder contar para o papai com
convicção.
Aí começou
minha saga. Antes de fazer o exame, que seria no centro do Rio, resolvi passar
na Tijuca. Queria comprar um babador que tinha visto numa lojinha para poder
fazer uma surpresa pro Marcos. Depois disso fui até o laboratório e, na hora de
pagar para fazer o exame, cadê a carteira?
Só podia
ser brincadeira. Tive que andar e pegar o metrô de volta – devia ter ficado na
lojinha. Fui até lá e nada, mas pude ver nas câmeras que eu saí da loja com a
mochila fechada. Lembrei, então, que quando estava no elevador indo para o
laboratório a parte externa da mochila estava aberta. Pois
é, provavelmente me furtaram.
Não pude
fazer o exame sem dinheiro. Voltei para casa e contei mesmo assim! Disse pro
meu marido que “hoje em dia esses ladrões não respeitam nem grávida...”. Ele
não entendeu muito bem e eu tive que ratificar a informação. Ficou radiante,
mas a nossa ficha só cairia de fato quando tivéssemos o resultado “oficial” do
exame de sangue.
O engraçado
é que a lojinha na Tijuca fica do lado da Basílica de Santa Theresinha, onde
nos casamos. Pode parecer bobagem, mas parecia que ela queria que eu desse uma
olhada na casinha dela antes de saber o resultado.
No dia
seguinte, 16 de julho, era festa de Nossa Senhora do Carmo. Se vocês
acompanharam os posts sobre o casamento, saberão que entreguei meu buquê a ela.
Junto de São Thomas More – porque quisemos casar no dia dele –, a Virgem do Carmo
é a padroeira da nossa família.
Fiz o
exame. De noitinha ganhei de uma amiga um marcador de livros da santinha de
Lisieux – inesperadamente. Falaram para ela que eu gostava de Santa Theresinha
e ela resolveu me presentear. Fiquei ainda mais confiante porque meu resultado
viria das mãos de Deus, fosse positivo ou negativo.
E foi
positivo. Vimos o resultado online e descobrimos que a gestação ainda estava
bem no começo. Contamos para algumas pessoas próximas, mas para a maioria dos
familiares, amigos e “o público em geral” só quando completei 12 semanas. Agora
estou com 20 e dia 14 faço a morfológica. Será menino ou menina? Rezem por nós! :)